terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

COLUNA TV


SOBRE INSENSATO CORAÇÃO

Durante a festança que precedeu a estreia da novela, Dennis Carvalho confirmou que a trama seria uma cruza entre “Vale Tudo” e “Celebridade”. De fato, podemos identificar os genes dessas duas obras na nova empreitada de Gilberto Braga e Ricardo Linhares. Está tudo lá: amores fulminantes, crápulas, wannabes, gente batalhadora, gente mesquinha….então, o que falta? Não falta nada, o que falta mesmo é o discernimento da audiência em saber acompanhar uma trama complexa, estruturada e enxuta na medida. Falta ao telespectador o retorno da consciência televisiva, o prazer em saborear uma boa estória e não se iludir com qualquer patacuada, nem se entregar aos apelos dos menos talentosos.

SOBRE LÁZARO RAMOS

Há algum tempo, assim que “Insensato Coração” estreou, postei um comentário nesse translumbrante portal a respeito do personagem André Gurgel. Lembro-me de ter escrito sobre o vespeiro que foi entregue ao Lázaro:” Um cara negro, bem sucedido e com fortes traços de arrogância. Talvez uma arrogância amparada por traumas e humilhações de toda uma vida.”

Dito e feito. O chicote já começou a estralar nas costas do talentoso intérprete. E boa parte das chibatadas são por conta de um velho conhecido: o preconceito. Assim como a “Helena” de Taís Araújo, em “Viver a Vida”, público e uma imprensa nazista, não aceitam negros bem sucedidos. Seja na ficção ou realidade.

O disfarce usado para o linchamento é sempre o mesmo: a atuação do ator. Pintam o sujeito como canastra, caricato e o que mais for possível.

Em “Duas Caras, quando Lázaro interpretava o favelado Evilásio Caó, a banda tocou de outro modo. O romance interracial com a personagem de Débora Fallabela, foi até usado em tópicos anti-racismo, na internet. O negrinho pobre poderia se envolver com a burguesa branca. Isso pode, afinal de contas, além de poético, é politicamente correto. Agora, o que não pode na TV brasileira, é negro ser o bacana da estória.


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