A novela das oito é um paradoxo só.História, personagens e também a própria audiência.
A favela da Portelinha retrata os pobres e remediados do Brasil na sua essência.Os relacionamentos inter-raciais são ponto forte, apesar da patricinha metida á intelectual ser uma chata de galocha.Dona Dália e seus dois maridos, um deles, gay, é sui generis, assim como o sambista que compõe bebado.Já o deputado Narciso Tellerman é quase uma utopia, deveria ser clonado, pelo menos por enquanto.
A provocação fica por conta do poderoso-chefão Juvenal Antena, líder comunitário com ares de Hugo Chavez, que explora os comerciantes locais a troco de manter a lei e a ordem.Soco bem dado no estômago do Estado, que negligencia regiões carentes por décadas.
Agora, o que deixa os apreciadores do gênero decepcionados é a enxurrada de talentos desperdiçados. SUZANA VIEIRA, fantasiada de Donatella Versace.RENATA SORRAH, ainda sob o estigma de Nazaré Tedesco, de Senhora do Destino, vaga entre a mulher sofredora e a doidivanas sem noção.Vemo s ZÉ WILKER visivelmente perdido nesse ninho-de-gato e PAULO GOULART reduzido a um mero conspirador de corredores.E o que dizer da emergente platinada feita por Letícia Spiller que promove safáris na favela e põe o marido pra estalar o chicote?Ridículo.O que salva, são tipos Gioconda e Lenir.
A única história de amor cativante é a de Maria Paula e Marconi Ferraço.Apesar da sede de vingança, a heroína ama o vilão.Pelo menos isso, minha Santa Janete Clair!!!!
O quesiti chatice é extenso.As briguinhas RamonaXRudolf enchem a paciência.A garota com deslexia tornou-se ainda mais insuportável e ainda carrega o namorado-mala metido a intelectual de condomínio.Mulher-de-Branco, Cadeirudo e agora, O Sufocador de Piranhas, francamente, poderíamos passar sem essa.
Bem , um capítulo que merece destaque é a súbita mudança de comportamento da personagem Sílvia.Tudo bem que a novela atenda por DUAS CARAS e o déficit de bons vilões fosse notório.
A garota começou doce, passeando belíssima pelos ruas de Paris e num iscar de olhos virou uma psicopata-pseudo-vagaba e assassina em potencial.Cadê a coerência?Pelo amor de Deus, aprende-se nas oficinas de roteiro que indícios devem ser semeados ao expectador desde o início.
A novela começou muito bem, porém degringolou.Esse é o meu modesto ponto-de-vista.Sabe como é, novela é igual futebol e todo mundo adora dar palpite.
Aguardem os próximos capítulos....
terça-feira, 22 de abril de 2008
segunda-feira, 21 de abril de 2008
ROTEIROS
Agora um assunto mais ameno.Caso algum entusiasta por roteiros de cinema e televisão passar por este blog, deixe por favor um comentário.Fui aluno numa das oficinas do Galileu Garcia na escola do Celso Sabadin.Experiência maravilhosa.
ANESTESIA
O caso Isabella não acabou.Novos capítulos surgirão.A questão Quem matou?, foi tecnicamente resolvida , e logo, outra surgiu, Por quê?.Sem sombra de dúvida a resposta será bem mais indigesta.
O que vemos desde o início é um clã anestesiado, não só pela dor mas também pela certeza.Depoimentos e declarações casando-se perfeitamente e o natural clamor por justiça sendo aos poucos substituído por uma ferrenha campanha para provar a inocência de um casal.Isso tudo enquanto o inquérito policial apenas engatinhava.
As manifestações públicas que ocorreram com o desdobramento do caso são genuínas.As pessoas querem respostas.E respostas verdadeiras.
Será que as investigações, os laudos e o indiciamento por um homicídio duplamente qualificado não é o caminho das pedras que os Nardoni previam?É difícil saber.
A impressão que fica é que toda a indignação diante um crime tão torpe foi subjugada pelo sangue frio, o cuidado com as palavras e a anestesia de uma certeza cruel, que só um olhar não consegue esconder.
Quisera eu que meu texto de abertura fosse outro, mas minha revolta diante os fatos, não permite.
O que vemos desde o início é um clã anestesiado, não só pela dor mas também pela certeza.Depoimentos e declarações casando-se perfeitamente e o natural clamor por justiça sendo aos poucos substituído por uma ferrenha campanha para provar a inocência de um casal.Isso tudo enquanto o inquérito policial apenas engatinhava.
As manifestações públicas que ocorreram com o desdobramento do caso são genuínas.As pessoas querem respostas.E respostas verdadeiras.
Será que as investigações, os laudos e o indiciamento por um homicídio duplamente qualificado não é o caminho das pedras que os Nardoni previam?É difícil saber.
A impressão que fica é que toda a indignação diante um crime tão torpe foi subjugada pelo sangue frio, o cuidado com as palavras e a anestesia de uma certeza cruel, que só um olhar não consegue esconder.
Quisera eu que meu texto de abertura fosse outro, mas minha revolta diante os fatos, não permite.
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